domingo, 27 de novembro de 2011
quarta-feira, 5 de outubro de 2011
terça-feira, 27 de setembro de 2011
segunda-feira, 26 de setembro de 2011
Felicidade clandestina
"Ela era gorda, baixa, sardenta e de cabelos excessivamente crespos, meio arruivados. Tinha um busto enorme, enquanto nós todas ainda éramos achatadas. Como se não bastasse, enchia os dois bolsos da blusa, por cima do busto, com balas. Mas possuía o que qualquer criança devoradora de histórias gostaria de ter: um pai dono de livraria. Pouco aproveitava. E nós menos ainda: até para aniversário, em vez de pelo menos um livrinho barato, ela nos entregava em mãos um cartão-postal da loja do pai. Ainda por cima era de paisagem do Recife mesmo, onde morávamos, com suas pontes mais do que vistas. Atrás escrevia com letra bordadíssima palavras como "data natalícia" e "saudade". Mas que talento tinha para a crueldade. Ela toda era pura vingança, chupando balas com barulho. Como essa menina devia nos odiar, nós que éramos imperdoavelmente bonitinhas, esguias, altinhas, de cabelos livres. Comigo exerceu com calma ferocidade o seu sadismo. Na minha ânsia de ler, eu nem notava as humilhações a que ela me submetia: continuava a implorar-lhe emprestados os livros que ela não lia. Até que veio para ela o magno dia de começar a exercer sobre mim uma tortura chinesa. Como casualmente, informou-me que possuía As Reinações de Narizinho, de Monteiro Lobato. Era um livro grosso, meu Deus, era um livro para se ficar vivendo com ele, comendo-o, dormindo-o. E completamente acima de minhas posses. Disse-me que eu passasse pela sua casa no dia seguinte e que ela o emprestaria. Até o dia seguinte eu me transformei na própria esperança da alegria: eu nao vivia, eu nadava devagar num mar suave, as ondas me levavam e me traziam. No dia seguinte fui à sua casa, literalmente correndo. Ela não morava num sobrado como eu, e sim numa casa. Não me mandou entrar. Olhando bem para meus olhos, disse-me que havia emprestado o livro a outra menina, e que eu voltasse no dia seguinte para buscá-lo. Boquiaberta, saí devagar, mas em breve a esperança de novo me tomava toda e eu recomeçava na rua a andar pulando, que era o meu modo estranho de andar pelas ruas de Recife. Dessa vez nem caí: guiava-me a promessa do livro, o dia seguinte viria, os dias seguintes seriam mais tarde a minha vida inteira, o amor pelo mundo me esperava, andei pulando pelas ruas como sempre e não caí nenhuma vez. Mas não ficou simplesmente nisso. O plano secreto da filha do dono de livraria era tranqüilo e diabólico. No dia seguinte lá estava eu à porta de sua casa, com um sorriso e o coração batendo. Para ouvir a resposta calma: o livro ainda não estava em seu poder, que eu voltasse no dia seguinte. Mal sabia eu como mais tarde, no decorrer da vida, o drama do "dia seguinte"com ela ia se repetir com meu coração batendo. E assim continuou. Quanto tempo? Não sei. Ela sabia que era tempo indefinido, enquanto o fel não escorresse todo de seu corpo grosso. Eu já começara a adivinhar que ela me escolhera para eu sofrer, às vezes adivinho. Mas, adivinhando mesmo, às vezes aceito: como se quem quer me fazer sofrer esteja precisando danadamente que eu sofra. Quanto tempo? Eu ia diariamente à sua casa, sem faltar um dia sequer. As vezes ela dizia: pois o livro esteve comigo ontem de tarde, mas você só veio de manhã, de modo que o emprestei a outra menina. E eu, que não era dada a olheiras, sentia as olheiras se cavando sob os meus olhos espantados. Até que um dia, quando eu estava à porta de sua casa, ouvindo humilde e silenciosa a sua recusa, apareceu sua mãe. Ela devia estar estranhando a aparição muda e diária daquela menina à porta de sua casa. Pediu explicações a nós duas. Houve uma confusão silenciosa, entrecortada de palavras pouco elucidativas. A senhora achava cada vez mais estranho o fato de não estar entendendo. Até que essa mãe boa entendeu. Voltou-se para a filha e com enorme surpresa exclamou: mas este livro nunca saiu daqui de casa e você nem quis ler! E o pior para essa mulher não era a descoberta do que acontecia. Devia ser a descoberta horrorizada da filha que tinha. Ela nos espiava em silêncio: a potência de perversidade de sua filha desconhecida e a menina loura em pé à porta, exausta, ao vento das ruas de Recife. Foi então que, finalmente se refazendo, disse firme e calma para a filha: você vai emprestar o livro agora mesmo. E para mim: "E você fica com o livro por quanto tempo quiser." Entendem? Valia mais do que me dar o livro: "pelo tempo que eu quisesse" é tudo o que uma pessoa, grande ou pequena, pode ter a ousadia de querer. Como contar o que se seguiu? Eu estava estonteada, e assim recebi o livro na mão. Acho que eu não disse nada. Peguei o livro. Não, não saí pulando como sempre. Saí andando bem devagar. Sei que segurava o livro grosso com as duas mãos, comprimindo-o contra o peito. Quanto tempo levei até chegar em casa, também pouco importa. Meu peito estava quente, meu coração pensativo. Chegando em casa, não comecei a ler. Fingia que não o tinha, só para depois ter o susto de o ter. Horas depois abri-o, li algumas linhas maravilhosas, fechei-o de novo, fui passear pela casa, adiei ainda mais indo comer pão com manteiga, fingi que não sabia onde guardara o livro, achava-o, abria-o por alguns instantes. Criava as mais falsas dificuldades para aquela coisa clandestina que era a felicidade. A felicidade sempre iria ser clandestina para mim. Parece que eu já pressentia. Como demorei! Eu vivia no ar... Havia orgulho e pudor em mim. Eu era uma rainha delicada. As vezes sentava-me na rede, balançando-me com o livro aberto no colo, sem tocá-lo, em êxtase puríssimo. Não era mais uma menina com um livro: era uma mulher com o seu amante."
- Clarice Lispector
sábado, 24 de setembro de 2011
segunda-feira, 8 de agosto de 2011
quarta-feira, 20 de julho de 2011
terça-feira, 19 de julho de 2011
sábado, 9 de julho de 2011
terça-feira, 5 de julho de 2011
Um verdadeiro herói.
Há muitos conceitos sobre heroísmo na sociedade atual. Tais conceitos são contruidos ao longo da história a partir de ideias e ações de pessoas que, supostamente, trouxeram benefícios coletivos.
Um meio muito eficaz para criar ou desconstruir a imagem que a sociedade possui de um herói é a mídia. De acordo com seus interesse, esse meio de comunicação tem a capacidade de criar no receptor , uma visão sobre determinado acontecimento que, nem sempre, mostra- se completamente verídica.
Muitos concideram como heróis alguns cantores, escritores, revolucionários ou pessoas como o sociólogo Herbert de Souza, o “Betinho”, que lutou contra a fome e a miséria no Brasil. Embora esses ídolos tenham sua devida importância social, vale lembrar que há alguém maior do que tudo isso. Existe um herói atemporal que, por amor e graça, morreu ( e ressucitou) para salvar toda a humaninade.
Jesus Cristo é o verdadeiro herói. Ele quer te salvar e mudar a sua vida de uma forma inimaginável.
Marina Ferreira.
terça-feira, 7 de junho de 2011
segunda-feira, 6 de junho de 2011
O banquinho
Existe um banquinho que ilustra bem como funciona um relacionamento.
Ele têm três pernas que o sustentam, e o nome delas é:
1. Amizade
2. Romance
3. Espírito
Este banquinho dificilmente ficará de pé por muito tempo se uma destas pernas estiver menor que a outra.
1. Amizade
Você pode ser muito espiritual e romântico, você sempre ora com ela e dá presentes bonitos. Mas vocês mal conversam, mal têm intimidade para falar besteiras e se divertirem com nada muito especial. A amizade entre um homem e uma mulher que se amam é fundamental para sustentar o relacionamento.
A paixão idealista gera frustrações, mas “o amigo ama em todo o tempo.” (Provérbios 17:17)
Para os solteiros: busque alguém que você se sinta à vontade e possa ser você mesmo.
Para os comprometidos: invista na amizade, seja sincero e genuíno, porque vale mais a pena amar uma amiga do que idealizar uma paixão.
2. Romance
Você pode ter uma grande amiga do teu lado, que ora contigo, mas que poucas vezes vocês têm momentos em que sentem uma química especial, como se aquela pessoa fosse a mais especial no mundo inteiro. Deus criou o mundo tão belo, com tantos detalhes e presentes para que nós o amássemos. Da mesma forma, o romance é fundamental para que haja um relacionamento entre o homem e a mulher.
“O meu amado pôs a sua mão pela fresta da porta, e as minhas entranhas estremeceram por amor dele.” (Cânticos 5:4)
Para os solteiros: busque alguém que você sinta algo genuíno e especial, e não tenha um relacionamento por carência, conveniência, ou pressão dos outros.
Para os comprometidos: invista em fazer sua companheira feliz, pois isto te fará feliz.
3. Espírito
Somos feitos de corpo, alma e espírito. Você pode amar sua mulher com uma paixão que parece eterna, e ela pode ser a melhor companhia que você já teve em toda sua vida. Mas se vocês não desenvolverem um relacionamento espiritual, há grandes chances de tudo dar errado um dia, sem explicações.
“Um homem sozinho pode ser vencido, mas dois conseguem defender-se. Um cordão de três dobras não se rompe com facilidade.” (Ecl. 4:12)
Para todos: se Deus for o centro do seu relacionamento, Ele sustentará o amor, pois Deus é amor.Busque sempre direcionar seu relacionamento para Deus, porque assim ele se firmará no amor mais puro e sincero que existe, e não será rompido com as tempestades da vida.
- Por Matheus Ortega
- Por Matheus Ortega
segunda-feira, 30 de maio de 2011
quinta-feira, 26 de maio de 2011
"Tenho amigos que não sabem o quanto são meus amigos. Não percebem o amor que lhes devoto e a absoluta necessidade que tenho deles. (...) A amizade é um sentimento mais nobre do que o amor, eis que permite que o objeto dela se divida em outros afetos, enquanto o amor tem intrínseco o ciúme, que não admite a rivalidade. E eu poderia suportar, embora não sem dor, que tivessem morrido todos os meus amores, mas enlouqueceria se morressem todos os meus amigos! (...) E às vezes, quando os procuro, noto que eles não tem noção de como me são necessários, de como são indispensáveis ao meu equilíbrio vital, porque eles fazem parte do mundo que eu, tremulamente, construí e se tornaram alicerces do meu encanto pela vida. (...) Se um deles morrer, eu ficarei torto para um lado. Se todos eles morrerem, eu desabo! (...) A gente não faz amigos, reconhece-os."
- Vinicius de Moraes
domingo, 22 de maio de 2011
Ainda sinto falta da sua amizade. Sinto falta da sua presença. Sinto falta de quem você costumava ser.
O que foi que aconteceu? Onde foram parar as risadas, as conversas, os abraços, as histórias, os segredos? Eu achei que ao menos você estaria aqui para sempre... Achei que fossemos mais fortes do que a distância.
Mas tudo que sobrou foram as lembranças e os retratos que colorem de saudade o meu quarto.
“Não me prendo a nada que me defina. Sou companhia, mas posso ser solidão; tranquilidade e inconstância; pedra e coração. Sou abraços, sorrisos, ânimo, bom humor, sarcasmo, preguiça e sono. Música alta e silêncio. Serei o que você quiser, mas só quando eu quiser. Não me limito, não sou cruel comigo! Serei sempre apego pelo que vale a pena e desapego pelo que não quer valer…
Suponho que me entender não é uma questão de inteligência e sim de sentir, de entrar em contato. Ou toca, ou não toca.”
Suponho que me entender não é uma questão de inteligência e sim de sentir, de entrar em contato. Ou toca, ou não toca.”
- Clarice Lispector.
“As estações sempre terminam e algumas coisas permanecem, outras vão ficando para trás sem que a gente perceba, o outono leva com as folhas secas todas as angústias dos vendavais que na minha vida passaram. O verão passa e deixa o sol, após essa estação permanece tudo que em mim brilha e continuará brilhando. O inverno leva com ele agosto e deixa julho que sempre é leve e lembra férias de colégio, que sempre é calmo e deixa um gostinho de mistério. A primavera fazem as flores sorrirem todos os dias e me deixam boas lembranças. O que importa mesmo é que tudo sempre passa, o que fica é o amor, a esperança e as boas lembranças (…)”
[Página 324 - A última música]
sábado, 21 de maio de 2011
Vós sois a luz do mundo; não se pode esconder uma cidade edificada sobre um monte;
Nem se acende a candeia e se coloca debaixo do alqueire, mas no velador, e dá luz a todos que estão na casa.
Assim resplandeça a vossa luz diante dos homens, para que vejam as vossas boas obras e glorifiquem a vosso Pai, que está nos céus.
Mateus 5:14-16
sexta-feira, 20 de maio de 2011
terça-feira, 17 de maio de 2011
segunda-feira, 16 de maio de 2011
domingo, 15 de maio de 2011
O amor é um ciclo
Quando você ama, você se machuca;
Quando você se machuca, você odeia;
Quando você odeia, você tenta esquecer;
Quando você tenta esquecer, você começa a sentir saudade;
E quando você começa a sentir saudade...
Você eventualmente se apaixona novamente.
sábado, 14 de maio de 2011
Eu quero
Quero ser eu mesma
Mesmo quando odiar o que sou
Quero falar o que penso
Mesmo que as palavras pareçam perdidas
Quero pensar o que quiser
Mesmo que não seja compreendida
Quero ouvir o som do coração
Quero sonhar com as melodias
Quero beijar os seus lábios
Quero acordar em seus braços
Quero poder viver
Quero poder amar
Quero poder sorrir
Sem medo de errar...
Janaína Ferreira
Mesmo quando odiar o que sou
Quero falar o que penso
Mesmo que as palavras pareçam perdidas
Quero pensar o que quiser
Mesmo que não seja compreendida
Quero ouvir o som do coração
Quero sonhar com as melodias
Quero beijar os seus lábios
Quero acordar em seus braços
Quero poder viver
Quero poder amar
Quero poder sorrir
Sem medo de errar...
Janaína Ferreira
sexta-feira, 13 de maio de 2011
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