quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

Fotografia


Cores, sombras, tons e tatos. Da melancolia de Cartier Bresson à discrepância das obras de Oliviero Toscani, o mundo é registrado com um toque do indicador e outros vários toques de talento e sensibilidade. Dão-se voltas e giros mágicos como se o mundo parasse por meio de suas mãos e, se também paramos pra pensar, nós também nos sentimos estáticos ao ver algum momento digno de ser eternizado. O som ambiente pode ser captado mesmo que este não saia mais tarde no papel, o que na verdade não precisa, pois, se este for percebido enquanto o artista se debruça nas janelas da alma para ver além a vasta paisagem que há, a melodia será a mais doce e suntuosa possível. A imagem revelará sentimentos, reações e, até mesmo, sons que já foram anteriormente sentidos pelo romântico com as lentes em punho.
(...)
O mais fantástico de todo esse universo é justamente ele proporcionar o registro de um momento de rápida ação em algo totalmente quieto e, por assim ser, toda a harmonia, destreza e formosura em qualquer coisa acessível às mãos humanas.

O palpável e o que se dissipa, o que é fixo e o que se desprende; o que é possível e o que se achava não ser. Nenhum momento digno de registro se esvai pelos olhos acalentadores do fotógrafo.


Fragmento do texto "Fotografia", de Alex Melo.

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