domingo, 6 de fevereiro de 2011

Ela é demais estranha.

"Transmite uma sensação estranha, de uma sabedoria e uma amargura impressionantes. É lenta e quase não fala. Tem olhos hipnóticos. E a gente sente que ela não espera mais nada de nada nem de ninguém, que está absolutamente sozinha e numa altura tal que ninguém jamais conseguiria alcançá-la. Muita gente deve achá-la antipaticíssima, mas eu achei profunda, estranha, perigosa. É impossível sentir-se à vontade perto dela, não porque sua presença seja desagradável, mas porque a gente pressente que ela estará sempre sabendo exatamente o que se passa ao seu redor. "


Impressões de Caio Fernando Abreu ao conhecer Clarice Lispector

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